Israel pára entregas e lança ataques no sul da Faixa, alegando violações do acordo; mediadores pedem desescalada
A crise em Gaza agravou-se hoje, com Israel a suspender a entrada de ajuda humanitária e a desencadear uma “onda massiva” de ataques no sul do território, após acusar o Hamas de violar o cessar-fogo. O cessar-fogo em Gaza fica à beira do colapso e multiplica os apelos internacionais para travar a escalada.
Desde a manhã, a aviação e a artilharia atingiram alvos em Khan Younis e noutros pontos do enclave, numa resposta às ações que Israel diz terem matado dois soldados. O Hamas nega as acusações e afirma manter o compromisso com a trégua. Entretanto, a paragem das entregas de ajuda “até nova ordem” deixa a operação humanitária em risco.
Nos bastidores, Egito, EUA e Nações Unidas tentam segurar o acordo mediado no início do mês, mas os sinais de rutura acumulam-se: bombardeamentos em áreas civis, controvérsia sobre a fronteira de Rafah e trocas de acusações sobre as obrigações do cessar-fogo. OCHA e outras agências alertam que qualquer interrupção prolongada da ajuda agrava um quadro já frágil.
Contexto e o que está em causa
- O que aconteceu hoje: Israel anunciou que interrompe a entrada de camiões de ajuda em Gaza e confirmou uma “onda” de ataques contra dezenas de alvos, sobretudo no sul.
- Porque agora: Telavive fala em “violação flagrante” do acordo pelo Hamas, referindo tiros sobre tropas em zonas sob controlo israelita. O Hamas rejeita a versão.
- Impacto imediato: Mortos e feridos reportados por autoridades locais; operações de ajuda travadas, com receio de novo ciclo de violência generalizada.
- O ponto crítico: a reabertura/fecho de Rafah e o fluxo diário de camiões tornaram-se o barómetro do cessar-fogo. Qualquer travão prolongado pode colapsar a resposta humanitária.
No terreno, fontes humanitárias sublinham que o acesso e a segurança continuam a ser os maiores entraves. A escassez de combustível, alimentos e medicamentos ameaça hospitais e abrigos sobrelotados. Sem previsibilidade nas passagens, o planeamento de comboios de socorro torna-se quase impossível.
Diplomaticamente, os mediadores pressionam para restaurar os termos do acordo e evitar o colapso total. A mensagem é conhecida: proteger civis, cumprir a trégua e permitir a ajuda. Mas, no final deste domingo, a sensação dominante é de trégua por um fio.
Veja também:
• Marcha pela Palestina em Lisboa reúne mais de 1.000 pessoas
• Europa lidera consumo de tabaco em 2025, alerta relatório da OMS
Fonte oficial:
• Nações Unidas — OCHA oPt (atualizações)