Ana Paula Martins confirma que Sérgio Janeiro será substituído; mais apontado para o cargo é Luís Cabral, ex-governante dos Açores. Sindicato dos Técnicos de Emergência manifesta reservas.
A ministra da Saúde vai substituir o presidente do INEM na sequência do concurso da CReSAP. O ministério sublinha que não se trata de uma “demissão”, mas sim da escolha de outro candidato validado no procedimento. Luís Cabral, anestesista e antigo secretário regional da Saúde dos Açores, é o nome mais apontado para liderar o instituto, cenário que já motiva reservas do sindicato que representa os técnicos de emergência pré-hospitalar.
O Ministério da Saúde esclareceu que Sérgio Janeiro, que exercia “em regime de substituição”, será sucedido por um dos três candidatos pré-selecionados pela CReSAP. Questionada sobre o sucessor, Ana Paula Martins não confirmou formalmente o nome, mas fontes do setor indicam Luís Cabral como favorito para assumir funções no início de novembro. Entretanto, o STEPH já pediu a reavaliação da escolha, evocando preocupações quanto ao futuro do instituto.
A substituição na presidência do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) resulta do procedimento concursal conduzido pela CReSAP, aberto no início do ano e retomado após o ciclo eleitoral. Segundo o Ministério da Saúde, a opção recaiu num candidato distinto do atual presidente Sérgio Janeiro, que estava em regime de substituição. “Foi escolhida outra pessoa”, afirmou a ministra Ana Paula Martins, afastando a ideia de demissão e sublinhando a normalidade do processo.
Nos bastidores, Luís Cabral surge como o mais bem posicionado. Médico anestesista, lidera a emergência médica nos Açores e foi secretário regional da Saúde entre 2012 e 2016, experiência que pesa a seu favor num INEM com dossiês exigentes na coordenação pré-hospitalar, na gestão de meios aéreos e na integração com as Unidades Locais de Saúde. Caso se confirme a nomeação, Cabral deverá apresentar uma equipa alinhada com as prioridades do SNS para 2026, incluindo a digitalização da urgência, tempos-resposta e reforço da articulação com bombeiros e PSP/GNR.
A possível escolha, porém, não reúne consenso entre os profissionais do pré-hospitalar. O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) expressou reservas públicas, pedindo ao primeiro-ministro a reavaliação da nomeação. Entre os argumentos, o sindicato teme “um retrocesso” na cooperação interna e na modernização do sistema, defendendo que o próximo presidente deverá ser uma figura agregadora e com conhecimento profundo do terreno.
Em termos práticos, a transição na liderança não deverá afetar o funcionamento diário do INEM, que manterá a operação das linhas de emergência 112, VMER, SIV e helicópteros. Até à tomada de posse do novo presidente, a vogal do conselho diretivo poderá assegurar a gestão interina. O ministério promete comunicar formalmente a nomeação após a conclusão das últimas formalidades do concurso.
Veja também:
• INEM 24 horas: dois helicópteros já operam; terceiro chega na próxima semana
• Espanha alerta para risco de apagão; UE recomenda “kit 72 horas”
Fonte oficial (declaração do Ministério da Saúde):
• RTP — “Foi escolhida outra pessoa. (…) Não houve uma demissão.”